30 de julho de 2021

Muro é revitalizado como símbolo da torcida por Arthur Zanetti em Tóquio

A pintura tem temas alusivos ao Japão e as conquistas de Londres-2012 e Rio-2016: a final olímpica das argolas no programa da ginástica artística será dia 2/8, segunda-feira, às 5 horas

Muro (3)

 

São Caetano do Sul – O muro pintado em homenagem ao ginasta Arthur Zanetti, que fecha a rua sem saída da casa dos seus pais Archimedes e Roseane, foi revitalizado pelo cenógrafo Adilson Vieira para “levar muita luz” ao ginasta, como símbolo da torcida dos familiares, vizinhos, amigos e o público brasileiro que não pôde estar em Tóquio por causa da pandemia da COVID-19. Arthur ainda nem conhece o novo muro, revitalizado quando já estava no Japão.

Arthur se apresenta nas argolas, na decisão por aparelhos dos Jogos Olímpicos de Tóquio no Ariake Gymnastics Centre (às 5 horas do dia 2 de agosto, segunda-feira, pelo horário de Brasília). O ginasta se qualificou com nota 14.900 na classificatória (24/7), em quinto lugar. E sabe que a prova está bem difícil com o alto nível técnico que os competidores das argolas  vem mostrando neste ciclo olímpico. Mas está pronto e, mais experiente com seus 15 anos de seleção, não sente a pressão das cobranças por medalhas. “Vou fazer o meu melhor. Já tenho um ouro, uma prata, e quero uma terceira medalha, mas o resultado será consequência da apresentação no dia. O que vier é lucro e fruto de trabalho.”

O ‘mural’ foi revitalizado por Adilson Vieira que conheceu a família de Arthur Zanetti quando teve seu ateliê na pequena rua sem saída, com cerca de 20 casas, em São Bernardo do Campo. Foi pintado pela primeira vez em 2016, antes dos Jogos Olímpicos do Rio quando Arthur ganhou a prata e após a medalha de ouro conquistada em Londres-2012, nas argolas.

O pai de Arthur, Archimedes, que fabricava aparelhos de apoio para ajudar nos treinos do filho e de outros jovens ginastas, também ajudou o artista plástico e viu o mural ganhar forma. Agora, Archimedes novamente ajudou na pintura do muro que ganhou o sol nascente do Japão, as duas medalhas olímpicas, ouro e prata, ganhas nas argolas, e os mascotes dos Jogos de Tóquio.

“Começamos a pintar em 2020 e seria ‘inaugurado’ com uma apresentação de Taiko para desejar boa sorte ao Arthur, mas veio a pandemia e não conseguimos terminar. Troquei o fundo e coloquei uma representação de um sol, simbolizando a Terra do Sol Nascente. O objetivo é levar muita luz para o Arthur, luz radiante que possa se transformar em medalha. E dizer que estamos na torcida”, afirmou o cenógrafo Adilson.

A rua sem saída em São Bernardo do Campo é especial para Arthur Zanetti. Sua família se mudou para lá quando ele ainda estava na barriga de mãe Roseane. A avó materna Neide, que levava Arthur na escola e nos treinos da ginástica quando ele tinha apenas 7 anos e enquanto sua mãe trabalhava conta que “ele era um capeta”, subia nos telhados dos vizinhos, se pendurava em tudo e vivia descendo a rua em carrinhos de rolimã.

“Eu me lembro de muitas brincadeiras. Voltava da escola ou do treino e já ia brincar de tudo: pega-pega, esconde-esconde, rouba bandeira. São boas recordações”, relembra Arthur Zanetti. Entre as brincadeiras favoritas de Arthur e seu irmão Victor, mais velho, estava subir e descer a num quadriciclo. “Brincávamos tanto que ele quebrava e o meu irmão arrumava e a gente descia a rua de novo.”

Os próprios garotos colegas de Arthur Zanetti no grupo de ginástica de São Caetano, comandados pelo técnico Marcos Goto, aproveitavam a tranquilidade da rua sem saída para se divertir depois dos treinos e nos churrascos que eram feitos na residência dos Zanetti. “Juntava todo mundo para churrasco na minha casa. Todo mundo saía cansado do treino, era um momento de distrair. Era rolimã, carrinho do controle remoto, o quadriciclo”, comenta Arthur agora casado com Jessica e pai de Liam, que completará um ano no dia 13 de setembro. “Meu sonho é mudar para um lugar em que ele também tenha espaço para brincar como eu brinquei.”

Arthur está no topo da ginástica artística masculina há uma década. Depois da prata olímpica no Rio-2016, foi 7º colocado no Mundial de 2017, medalha de prata (2º) no Mundial de Doha-2018 e 5º no Mundial de 2019. Tem a medalha de ouro conquistada na Antuérpia-2013 e mais duas medalhas de prata em Mundiais, em Nanning-2014 e Tóquio-2011.

Acompanhe os Jogos Olímpicos no site oficial do Comitê Olímpico Internacional.

Arthur Zanetti é atleta da SERC/Agith, tem patrocínio da adidas, Loterias Caixa, Fligth Cargo, Força Aérea Brasileira (FAB) e Bolsa Atleta do Governo Federal.

Saiba mais: www.facebook.com/ArthurZanettiOficial e https://instagram.com/arthurzanetti.

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