6 de agosto de 2020

Há 8 anos, Arthur Zanetti fazia história com ouro nas argolas em Londres

O primeiro ouro olímpico da ginástica artística brasileira veio no dia 6 de agosto de 2012, em Londres, medalha que completa 8 anos enquanto o ginasta, que também é campeão mundial, pan-americano e da universíade, se prepara para os Jogos de Tóquio, em 2021

IMG_5307

Nos estúdios de Os Maiorais, série do Esporte Espetacular

Arthur Zanetti comemora o aniversário de oito anos da primeira medalha olímpica a ainda hoje a única de ouro da ginástica artística masculina do Brasil. O ouro veio no dia 6 de agosto de 2012, em Londres, pelas mãos do paulista de São Caetano do Sul, então com 22 anos. Arthur Zanetti foi campeão nas argolas com nota 15.900, vencendo o chinês Yibing Chen, tetracampeão mundial, bicampeão olímpico e favoritíssimo, na Arena de North Greenwich.

O ginasta Arthur Zanetti está em Sangalhos, Portugal, treinando com a seleção brasileira de ginástica artística na Missão Europa do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Com os ginásios fechados na maioria das cidades do Brasil por causa da pandemia da Covid-19, o jeito foi reencontrar a arena de competição na Europa.

Arthur, um estreante naqueles Jogos, estudou com o técnico Marcos Goto a ordem das apresentações na final e juntos, definiram uma estratégia para o brasileiro não se qualificar em primeiro lugar. Com a ordem do sorteio nas mãos sabiam que o melhor nas eliminatórias seria também o primeiro a se apresentar na final e não queriam isso, seria muita pressão.

Arthur Zanetti começou na ginástica aos 7 anos e aos 9 foi escolhido por Marcos Goto para o grupo de desenvolvimento da SERC/Agith, de São Caetano do Sul. O treinador o conduziu até a conquista do ouro em Londres e Arthur topou participar do trabalho árduo, desenvolvido por anos, e planejado para que isso se tornasse realidade.

Nas eliminatórias das argolas, Arthur trocou um elemento de grau de dificuldade A por um de grau de dificuldade D e obteve o quarto lugar (15.616), posição que lhe garantiu o direito de ser o oitavo e o último a se apresentar na decisão. O chinês Chen obteve a melhora nota naquela preliminar, com 15.858.

Na final, Arthur se apresentou em último, desta vez mostrando a série mais difícil que fez com quase perfeição, cravando a saída para bater Yibing Chen.

“Estou muito feliz porque essa é a primeira medalha do meu país para a ginástica. Trabalhei por muito tempo para conseguir essa medalha”, declarava Arthur Zanetti, em sua primeira entrevista como campeão olímpico. Depois do pódio passou a madrugada indo a vários estúdios de TV para falar de seu feito. “Cheguei às 4 horas da manhã na Vila Olímpica”, relembra.

A frieza marcou a campanha olímpica de Arthur Zanetti. Recentemente, Arthur lembrou que não teve insônia na véspera da competição. Dormiu bem, ao acordar cumpriu sua rotina de todos os dias. Decidiu encarar as Olimpíadas como se fosse uma etapa de Copa do Mundo. Havia aprendido com experiências anteriores, de seu primeiro Mundial, quando foi atrapalhado por uma noite mal dormida na véspera de sua apresentação. Trabalhou o emocional, evitou o deslumbramento do ambiente olímpico, fez sua rotina e estava em sua melhor condição física e técnica.

Londres era um local de boas recordações para Arthur que havia sido o quarto colocado no Mundial de 2009 e ganhou o ouro no evento-teste para as Olimpíadas. Arthur se apresentou entre os finalistas e foi para o aquecimento. Não viu Chen, o primeiro a se apresentar (15.800) e nem os demais competidores – “dei umas espiadinhas, mas não acompanhei a prova”. Apesar disso, sabia que teria de fazer sua melhor apresentação e cravar a saída para impressionar os árbitros. Chen ficou sentado esperando os adversários se apresentarem, na expectativa do ouro.

Zanetti fez a sua segunda melhor apresentação da carreira e comemorou – a nota 15.900, no telão, vinha acompanhada do ouro, medalha inédita para o Brasil. O chinês Yibing Chen ficou com a prata (15.800) e o italiano Matteo Morandi (15.733) com o bronze. Os russos Aleksandr Balandin (15.666) e Denis Ablyazin (15633) foram quarto e quinto, respectivamente, seguidos por Tommy Ramos, de Porto Rico (15.600), do búlgaro Iordan Iovtchev (15.108) e do argentino Federico Molinari (14.733).

Arthur ainda tem mais uma medalha olímpica, de prata, nas argolas, ganha nos Jogos do Rio-2016, com nota 15.766. O grego Eleftherios Petrounias ficou com o ouro (16.000) e o russo Denis Ablyazin com o bronze (15.700). “Eu não fiquei frustrado. Foi o que eu merecia naquele dia e comemorei muito. Quantos atletas são medalhistas olímpicos competindo em casa? Eu tive essa sorte, de ganhar uma medalha olímpica no Brasil”, afirmou Zanetti.

Arthur Zanetti é atleta da SERC/São Caetano e da Agith, tem patrocínio da adidas, Caixa, Força Aérea Brasileira (FAB) e Bolsa Atleta do Governo Federal.

Saiba mais: www.facebook.com/ArthurZanettiOficial e https://instagram.com/arthurzanetti.

Siga a Contrapé no blog contrapedejornalismo.wordpress.com, em facebook.com/contrapedejornalismo e em instagram.com/contrape_informacao