1 de maio de 2015

Arthur Zanetti se classifica para a final nas argolas com a melhor nota da carreira

O ginasta campeão olímpico e mundial tirou 16.050 no aparelho em que é especialista para avançar para a decisão de medalhas na etapa de São Paulo da Copa do Mundo                                                                                                                                                      

Arthur Zanetti se classifica para a final das argolas, domingo, no Ibirapuera

Arthur Zanetti se classifica para a final das argolas, domingo, no Ibirapuera

São Paulo – O campeão olímpico e mundial Arthur Zanetti se classificou para a final da etapa de São Paulo da Copa do Mundo, nesta sexta-feira (1/5/2015), no Ibirapuera, com a maior nota da carreira nas argolas – 16.050. O argentino Federico Molinari ficou em segundo na qualificação, com 15.250, seguido pelo brasileiro Henrique Flores, companheiro de treinamento e amigo de Arthur Zanetti, com a terceira nota, 14.950. A decisão das argolas será neste domingo (3/5), das 10h10 às 14 horas (com SporTV e TV Globo, dentro do Esporte Espetacular). “Por enquanto, essa é a minha melhor nota. Agora eu preciso ajeitar alguns detalhes que dá para melhorar e o mais importante é buscar a maior pontuação possível”, disse Zanetti.

A melhor nota do ginasta era 16.000, do Meeting Internacional de Santos, em 2014. “Consegui uma boa nota em São Paulo e também em Santos, mas não posso garantir que estarei nos Jogos do Rio, em 2016. Então, primeiro preciso conseguir a classificação olímpica no Mundial de Glasgow este ano. Mas claro que foi muito positivo e espero melhorar ainda mais essa nota no Rio se assegurar minha vaga.”

Para o técnico Marcos Goto a nota não é o que importa, mas sim a série apresentada. “Como treinador não posso ver só a nota, preciso enxergar a prova. E tem coisas para ajustar. Na final, os árbitros são um pouco mais rigorosos. Mas se o Arthur fizer a mesma saída que fez hoje (cravada), deve garantir a mesma nota. O objetivo é fazer uma série melhor, não quer dizer uma nota melhor, mas uma série melhor”, explicou Goto.

Os demais classificados para a decisão de medalhas nas argolas foram Gustavo Simões, de Portugal (14.900), Andreas Toba, da Alemanha (14.900), Oskar Kirmes, da Finlândia (13.950), Tomi Tuuha, da Finlândia (13.800) e Christian Decidet, do Chile (13.400).

“É muito diferente competir em casa, muito bom. Lá fora, a gente vê um público de 15 mil pessoas. Aqui não tinha essa quantidade de pessoas, mas o clima, a energia… é maravilhoso. É positivo! Para todos os atletas. O brasileiro conseguiu torcer muito bem. Saber que meus pais, minha namorada, meus tios, primos, estão aqui é muito bom. Quase nunca eles acompanham as competições internacionais. Então, agora, eles estão tendo essa alegria, e para mim é emocionante demais”, disse Arthur.

Arthur aproveitou o apoio da torcida brasileira para se classificar nas argolas

Arthur aproveitou o apoio da torcida brasileira para se classificar nas argolas

Arthur Zanetti avaliou de forma positiva a participação dos ginastas brasileiros na qualificação. “Acho que o dia foi bom. Lógico que tivemos erros, mas é normal. Qualquer competição tem erros, nunca vai ser 100%, mas a equipe toda, tanto feminina, quanto a masculina, está de parabéns.”

Preparação psicológica

Arthur Zanetti garantiu que não sente a pressão do público, da mídia, da presença de familiares e amigos nas arquibancadas – quando é colocado nas argolas, pelo técnico Marcos Goto, foca apenas na série que tem de executar e na percepção do próprio corpo. “Fiz a preparação psicológica que faço para qualquer competição. Não muda nada. Sabíamos que a pressão seria um pouco maior por competirmos em casa, mas o trabalho foi muito bem feito e essa pressão não interferiu em nada na minha prova”, comentou Arthur, que não compete, mas treina neste sábado (2/5). “Eu estou muito tranquilo para a final”, observou, rindo.

Arthur não se incomoda com o assédio do público e gosta de ser reconhecido, o que passou a ocorrer após a conquista da medalha de ouro – a primeira da ginástica artística do Brasil – ganha nos Jogos de Londres/2012. “A diferença é muito grande. No ouro, em Londres, praticamente ninguém me conhecia. Hoje eu me tornei até uma referência na ginástica e isso é muito bom, porque mostra que a modalidade está evoluindo, não sou apenas eu, mas todos os ginastas do grupo. Estão surgindo pessoas querendo fazer, assistir e apoiar a ginástica”, completou o paulista de 25 anos, atleta da SERC/Agith, de São Caetano do Sul.

Copa também é avaliação para entrar na seleção

O técnico Marcos Goto disse que esse tipo de competição é bem importante para preparar os ginastas mais jovens da seleção brasileira. “Estamos há um mês treinando juntos, já tivemos quatro avaliações e essa etapa de Copa do Mundo também é uma avaliação. Na semana que vem, vamos para Portugal para mais duas avaliações para formar a seleção brasileira. Isso tudo, é uma preparação para a equipe que vai para o Pan e, depois, para o Mundial.”

Marcos Goto disse que a etapa de São Paulo da Copa também serve como avaliação psicológica. “Para alguns atletas essa pressão de competir em casa pesa. Nós sabemos disso. Aqui é uma avaliação psicológica. Alguns sentem, outros não sentem. É focar no trabalho psicológico daqueles que sentem a pressão da torcida”, disse Goto.

Arthur Zanetti é atleta da SERC/Agith/São Caetano, tem patrocínio da CAIXA, Furnas e adidas e apoio da Spieth, Eurotramp, COB, CBG e Bolsa Atleta/Ministério do Esporte.