14 de julho de 2015

Arthur Zanetti realiza o sonho do inédito ouro pan-americano em Toronto

Campeão olímpico e mundial ganha a medalha que ainda faltava na sua coleção. Agora, dará atenção total à preparação para o Mundial de Glasgow, em outubro, que vale classificação para os Jogos Olímpicos                                                                                                                                                                                                                                                                        

A medalha de ouro que faltava: a de campeão pan-americano

A medalha de ouro que faltava: a de campeão pan-americano

São Caetano do Sul – Agora Arthur Zanetti é campeão olímpico, mundial e pan-americano. O ginasta realizou o sonho de conquistar o ouro que ainda faltava na sua ‘coleção’ de medalhas, nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, nesta terça-feira (14/7/2015). No Toronto Coliseum, Arthur fez uma apresentação nota 15.725 para ficar com o título de campeão pan-americano nas argolas. O norte-americano Donnell Whittenburg ficou com a prata (15.525) e o cubano Manrique Larduet com o bronze (15.450).

Arthur cravou na saída do aparelho, cerrou os punhos no final da apresentação que teve a mesma qualidade de sempre. Depois ergueu os braços quando viu sua nota – ganhou o primeiro ouro da ginástica brasileira no Pan e comemorou com a torcida que foi ao ginásio carregando bandeiras, fez inúmeras fotos e, na saída, bateu a mão com os torcedores pelas grades, depois do pódio.

“Estou feliz demais. Muito, muito, muito. Essa faltava para minha coleção. Tenho de agradecer a todos os profissionais, os patrocinadores, a equipe, o povo brasileiro… Estava lotado o ginásio. O resultado não é só meu.” Voltou a agradecer aos pais, Archimedes e Roseane, ao irmão Victor, aos familiares e a “todas as pessoas de São Caetano” que trabalham com ele e ajudaram na conquista. “Muito obrigada mesmo”, ressaltou. “Estava engasgado, era um resultado que eu queria, dava para ter conquistado em 2011, mas não consegui. Agora é só comemorar.”

Arthur, paulista de 25 anos, ainda disse que se sentiu orgulhoso pela campanha da ginástica masculina do Brasil em Toronto, que ganhou a prata por equipes, e o grande número de companheiros da seleção que foram às finais (o Brasil foi a dez decisões de medalhas entre os homens). “A equipe brasileira masculina cresceu demais. Todo ano estão vindo novos atletas e pegando finais. É incrível a quantidade de finais do Brasil nesse Pan – tem brasileiros em quase todos os aparelhos, o que nunca tinha acontecido em outros Jogos. O Brasil está crescendo e tem muito ainda o que mostrar.”

Arthur ainda disse que pensa em colocar um pouco mais de dificuldade em sua série nas argolas para o Mundial e os Jogos Olímpicos. “É uma série que venho fazendo há algum tempo, precisamos colocar um grau maior de dificuldade nela, dar uma mudada, e limpar o máximo possível fazer sempre com o máximo de perfeição.”

Para Arthur, o Pan é também a última competição antes do 46º Mundial de Ginástica Artística de Glasgow, na Escócia, de 23 de outubro a 1º de novembro. Arthur tem três medalhas em Mundiais, o ouro de Antuérpia/2013, e as pratas de Nanning/2014 e Tóquio/2011. Mas desta vez também estará em disputa a vaga olímpica por equipes – o Brasil precisa terminar entre os oito primeiros para assegurar presença no Rio com o time inteiro. “Vários ginastas podem me bater no Mundial. Primeiramente, eu preciso ser finalista para depois pensar em resultado. Tem vários atletas no mundo – Rússia, China, Japão, Estados Unidos… – que podem ir bem. No Mundial, com certeza, terei ainda muito mais adversários do que aqui.”

Trabalho, muito trabalho, diz Marcos Goto

Para o técnico Marcos Goto, que trabalha com Arthur Zanetti desde que o ginasta era menino, na SERC/Agith, de São Caetano do Sul, a medalha de prata, por equipe, e também o ouro nas argolas, é fruto do investimento na preparação de um time. Primeiro falou de Arthur. “Era o único título que faltava. Esse resultado sela e coroa uma carreira brilhante.” Depois, da campanha do Brasil. “Fizemos uma boa preparação no Brasil, depois nos Estados Unidos, mais uma semana. A equipe toda empenhada na competição por equipes e depois focada no Arthur nas argolas. A Copa do Mundo realizada no Brasil também colaborou, foi um grande preparatório para os atletas, uma referência das notas que a gente queria – esperamos que tenha novamente o evento no ano que vem, que é olímpico.”

Sobre se há algum segredo na montagem das séries – que ainda será a mesma para o Mundial -, Marcos Goto observou que “é um só: trabalhar duro, todos os dias, e ouvir o treinador”. “O atleta que quer treinar sozinho dificilmente chega a algum lugar. Tem de ser uma parceria. Eu sou a cabeça e ele é o corpo. Ele está ganhando todas as competições do mundo. Acho que deu certo!”

Arthur Zanetti é atleta da SERC/Agith/São Caetano, tem patrocínio da CAIXA, Furnas e adidas e apoio da Spieth, Eurotramp, COB, CBG e Bolsa Atleta/Ministério do Esporte.